segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

7:20

às vezes me pego olhando pela janela com um olhar vazio, quase que perdido; olhando mas sem olhar, sabe? com uma xícara de café na mão, na outra mão um cigarro que fico tragando lentamente ao mesmo tempo que molho a boca com o gosto amargo do café e novamente perco o olhar na imensidão do céu azul. imagino o que há além dessa pintura azul, além das nuvens, além de onde o ser humano já chegou ou irá chegar. uma sensação de liberdade, uma sensação do quanto esse mundo pode te prometer. trago novamente o cigarro e vejo o relógio, volto ao meu mundinho cotidiano.
7:20, é melhor eu ir.
e assim são minhas manhãs. as frias.

domingo, 24 de outubro de 2010

Post aleatório

Tenho um gosto diferente de todas as pessoas que conheço e acho que nunca irei encontrar alguém como eu. Mas, não que eu queira, afinal, que graça haveria eu me apaixonar por uma pessoa completamente igual a mim? O que eu iria aprender de novo?

Tenho paixão em me atrair por pessoas totalmente diferentes de mim, é como entrar em um mundo totalmente diferente, o mundo daquela pessoa. E quanto mais exótico o mundo da pessoa for -para mim-, mais eu irei querer estar lá e descobrir quantos prazeres o envolvem.

Não gosto quando dizem "aquela pessoa é feia", por que sinceramente pessoas feias não existem, ao meu ver existem pessoas mal humoradas, arrogantes e/ou sem nenhum conteúdo, essas sim são as pessoas feias. Mas uma pessoa que simplesmente não segue o padrão de beleza exterior imposto pela sociedade é algo muito exótico que provavelmente irá me atrair. Não digo que tenho atração por pessoas "feias", como dizem, até por que eu dou sim algum valor para a aparência física. Mas, como eu costumo conversar muito com alguém antes de qualquer coisa, acabo me apaixonando pelo mundo da pessoa, sobre seus assuntos e sua paz, seu jeito e todas suas qualidades e diferenças que me levam a algo muito distante de julgar-la bonita ou não. Aliás, irei julgar-la bonita ou não pelo conteúdo que ela tiver.

Já estiveram com uma pessoa absurdamente linda -no sentido da palavra- mas ao mesmo tempo, feia por dentro? Eu já, várias vezes. O resultado é uma relação tão vazia quanto a própria pessoa. O único que ela terá para te oferecer será a aparência dela, os olhos vazios -que não te dizem nada-, a boca perfeita -que apenas sabe beijar- Mas aí que eu penso, o que eu vou ganhar estando em um mundo assim? Absolutamente nada. É um mundo de aparências e futilidade. Se eu estou com alguém apenas pela beleza exterior desta pessoa, eu não posso esperar me sentir completa e também devo estar consciente que a própria está comigo pelo mesmo motivo.

Deixo aqui meu conselho. Sinta-se bonito e você será bonito. Pesquise, leia sobre as coisas, sobre o mundo, tenha cultura, tenha o que oferecer as pessoas, tenha um mundo tão recheado de coisas novas que nunca ninguém irá se cansar dele e assim você conquistará quem quiser sempre, e o mais importante de tudo, veja o mundo da sua forma, com tua opinião, esqueça o certo e errado, esse é o segredo para se ter uma personalidade forte. O corpo bonito é algo passageiro e que só servirá de convite para pessoas vazias que só estarão interessadas nisso em ti e nada mais.

sábado, 9 de outubro de 2010

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Medo de se apaixonar por Fabrício Carpinejar

Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas. Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Surtos de um pensamento com sede de ser libertado


É tão difícil encontrar alguém para nos ouvir. Sim, simplesmente nos ouvir. Há fases em nossas vidas que tudo o que nós mais precisamos é sermos ouvidos. Temos anseios, temos tristezas, às vezes temos um coração partido e idéias que não param de se criar em nossa cabeça, e tudo o que mais queremos entre um pensamento e outro é compartilhar isso com alguém, alguém que possa mesmo se sentar e simplesmente ouvir o som da nossa voz, simplesmente estar ali para nos ouvir, e mais nada. Sem nos julgar, sem nos interromper e sem tentar nos entender a todo instante.

Às vezes ninguém nos entende, às vezes nem nós mesmos nos entendemos. Mas será que é mesmo preciso se entender algo? Há algo que precisa ser entendido? Será que é mesmo preciso por um final naquele pensamento e deixar ele como "entendido" e fechado ali pois afinal ele já foi discutido e por fim entendido?!
Talvez todos nossos pensamentos sejam intermináveis, não terminados, em constante crescimento e evolução, talvez não haja como entender os pensamentos, pois se você tentar entender, estará terminando com ele, deixando ele ser apenas uma idéia, e não um pensamento que está sempre em constante mudança.

Pensamentos, idéias, entender.. Entender alguém é realmente preciso? Talvez a pessoa só queira ser escutada, talvez ela não precise de nenhuma palavra de conforto sua, se não o seu silêncio e sua atenção.
Nesse mundo desatino, nesse mundo louco e grande, onde o tempo se faz tão curto para todas tarefas que temos, nossos pensamentos ficam trancafiados em nossa cabeça, pedindo a gritos para sairem, sairem ao mundo e visitarem outras cabeças, imagine então poder falar com alguém que apenas te dê o poder da palavra, e nela o poder do tempo.. Está ai o motivo pelo qual as pessoas querem ser ouvidas. O poder da palavra aliado ao poder do tempo, tudo pára quando você está se expressando, e deixando seus pensamentos fugirem de você.

Quando alguém perguntar se você tem um tempo, para conversar, ou melhor dizendo, para escutar-la, não lhe negue aliás lhe dê todo o seu tempo, apenas ouça-a. Você não precisa dizer nada, você não precisa se quer mover um dedo, apenas ouvir. Talvez você se surpreenda ao ouvir tudo o que a pessoa tem dizer.

É disso que todos nós precisamos, ser ouvidos.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Resultado de um rock progressivo

Um mundinho branco e preto, uma xícara cheia de café, uma playlist indie, um edredom macio em volta de duas pernas magras e brancas. Uma noite fria de inverno, a chuva caindo no telhado, um quarto escuro, imensa paz, tranqüilidade. Uma tv ligada no mudo, a única claridade, pensamentos soltos na imensidão da noite. Planos. Um coração jovem e quente, transbordando de amor e vazio. Uma vida inteira pela frente, no entanto, tão pouco tempo. Um perfume levemente doce e amadeirado, o toque de uma pele suave, um cabelo solto ao longo do travesseiro. Saudades do que nunca se teve.
Um breve adeus.

E um post sem sentido algum. Apenas frases soltas, sem pretensão de fazer algum sentido.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Trate o coração do próximo, como gostarias que tratassem o teu


Quando magoamos alguém, não temos a consciência que talvez isso vá mudar essa pessoa pra sempre. Principalmente quando essa pessoa tem seus sonhos ligados a ti, tem esperanças investidas em ti. É fácil prometer coisas, dizer que amas, curtir o momento.. Mas deves ter cuidado com que sentimento estas lidando. O coração de uma pessoa e de muitas outras pode estar em jogo nessa brincadeira de amor. Por quê? Por quê quando magoamos alguém, consequentemente estamos magoando a todos que virem a amar essa pessoa que nós magoamos. Apartir do momento que partimos o coração de alguém, levamos suas ilusões e esperanças, a deixamos no nada e de mãos vazias, desiludida essa pessoa irá seguir a vida dela como pode, recolhendo os cacos do seu coração por todo trajecto. Agora imagine quando alguém tentar amar essa pessoa? Essa pessoa, sem ilusões, com rancor, com ódio talvez.. Vai apenas oferecer isso a pessoa que gostar dela, vai apenas oferecer o que tem dentro dela, e o que tem dentro dela? Arrependimento, tristeza e um imenso vazio. E isso vira uma corrente, por que quem receber isso, irá agir do mesmo jeito com a próxima pessoa que gostar dele. Não por maldade, mas sim pelo que a vida lhe deu toda vez que tentou ser bom com alguém. É triste isso. Às vezes não há outra saída se não magoar a pessoa que gostamos, mas, a próxima vez que você tenha que quebrar um coração para continuar sua vida, pense bem, veja a maneira mais branda de fazer isso. Não torne essa pessoa mais uma das que estão desiludidas do amor, e te digo, são muitas. Trate o coração do próximo, como gostarias que tratassem o teu.

(post escrito ao som de The Rasmus - Ten Black Roses)
 
Header Image by Colorpiano Illustration